Monday, February 26, 2007

Finalmente...


Este fim de semana, mais precisamente no Sábado, foi a tomada de posse da nova Junta Regional de Beja do Corpo Nacional de Escutas (coitados, boa sorte, nem sabem o que os espera), e o Agrupamento 314 de Moura esteve lá muito bem representado (pela mais fina flor do agrupamento), mas mais importante que isso foi o facto de encontrar finalmente o MEU PESSOAL ... :) as saudades que eu já tinha da minha Gansa, do Telmo, do Batata, do André, e da restante malta. Entre o trocar das minhas cordas da viola e das bacoradas do costume o dia foi excelente.
Em relação à tomada de posse, foi interessante, com algumas surpresas pelo meio, que se serão agradáveis ou não, só o tempo o dirá, digamos que quem fosse ao Macdonald's por volta da uma hora sinceramente ficava a pensar que o dito restaurante fazia parte de uma actividade escutista, pois eram só escuteiros ... lol.... a maltinha juntou-se toda lá, uma vez que a junta regional n nos deu as sopas... lol (começam bem :) ).

Malta adorei vê-los, espero por vocês na Rota das Estevas (desde que não seja para carregar pedra :) ), para matar-mos o resto das saudades.

Telmo NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM...
P.S. - Ai meninos o lencinho verde fica-vos tão bem... portem-se bem, agora são chefes.. mas como dizia o outro "chefe é indio", logo, portem-se mal, mas com estilo.

Beijos a todos

Friday, February 23, 2007

Grândola Vila Morena


Zeca Afonso morreu há 20 anos vítima de esclerose, depois de vários anos a viver com a doença.
"Grândola, Vila Morena" foi a contra-senha para o 25 de Abril de 1974. Foi também um dos rasgos de José Afonso, que desde cedo se envolveu na música para deixar eternas, baladas e canções.


Os sons de Zeca Afonso resistem ao tempo e adaptam-se aos géneros. Símbolo da liberdade, muitas vezes se viu confrontado com os problemas de quem quer gritar. A infância e a juventude passou-as entre Aveiro, Maputo e Lunda, vindo depois a estudar em Coimbra. Aí encontrou nas serenatas uma forma de fazer canções.

Zeca Afonso esteve sempre do outro lado do regime salazarista, partilhou experiências com aqueles que lutavam contra o homem do poder, perdeu-se nas consequências a que essa força obrigava. Foi detido, proibido, impedido de agir, mas nunca desistiu e não se deixou demover. Tinha a garra de uma voz pujante que o ajudou a ficar no ouvido dos portugueses.

Ganhou muitos prémios e recusou outros, como o da ordem da liberdade, a mesma que insistiu em procurar fora dos galardões.

Os coliseus, já em 1983, já doente, assinalaram os últimos espectáculos ao vivo. Sempre com ritmos marcados e uma melodia feita à medida de uma guitarra com voz. A voz que se levantava e se erguia para lá da música. A voz que o marcou como músico de intervenção.

Faz agora 20 anos que morreu, vítima de esclerose, depois de vários anos a viver com a doença. Mas Zeca Afonso não foi efémero. Deixou legado. Por isso se tornou imortal.



Para nunca esquecer, aqui fica a senha que mudou o nosso mundo:


Grândola Vila Morena



Grândola, vila morena

Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti, ó cidade


Dentro de ti, ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola, vila morena


Em cada esquina um amigo

Em cada rosto igualdade

Grândola, vila morena

Terra da fraternidade


Terra da fraternidade

Grândola, vila morena

Em cada rosto igualdade

O povo é quem mais ordena


À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade


Grândola a tua vontade

Jurei ter por companheira

À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade


Zeca Afonso

Thursday, February 22, 2007

Baden - Powell


Hoje mais que nunca em vez de uma boa acção faz duas, para deixares o Mundo um pouco melhor. Em memória do fundador do Escutismo, Baden- Powell, que celebraria hoje 150 anos, PARABÉNS se és um dos que ianda mantém o seu sonho vivo.

Para todos uma forte canhota


Esta mensagem chegou hoje ao meu telemóvel vinda de um amigo escuteiro, foi ela que me lembrou que Baden-Powell se fosse vivo hoje completaria 150 anos. Por isso o Escutismo Mundial hoje está de PARABÉNS. Não vamos deixar a sua obra parar, mas sim continuar com o se trabalho e levar o Escutismo aos 4 cantos do mundo.

Já vos mostrei aqui a sua última mensagem, e agora paar que todos saibam quem foi este grande senhor, aqui fica um pouco da sua história.



Em 22 de Fevereiro de 1857 nasceu em Londres, Robert Stephenson Smith Baden-Powell, que mais tarde seria famoso como fundador do Escutismo. Sendo o quinto de sete irmãos, filho do Rev. Prof. Baden-Powell e Henriqueta Graça Smyth, Robert teve na companhia dos irmãos mais velhos uma infância muito divertida em Londres, que naquele tempo era muito diferente da grande cidade de hoje, pois ainda oferecia muita facilidade para actividades ao ar livre. Assim, desde menino, Baden-Powell aprendeu através de caminhadas e excursões a cuidar de si. Embora órfão de pai, sempre encontrou na mãe e nos seus irmãos o apoio necessário para tornar a sua infância muito feliz.
Baden-Powell fez os seus estudos em escolas públicas, onde era muito popular e querido por todos, colegas e professores. Nas férias, aproveitava para acampar com seus irmãos mais velhos. Quando terminou os estudos secundários, Baden-Powell ingressou no exército.
Como oficial, viajou muito, conhecendo grande parte do mundo. Durante as suas viagens conheceu tribos de guerreiros da África, os vaqueiros americanos e conviveu com os índios da América e do Canadá. Graças à sua competência, honestidade e exemplo como líder de homens, Baden-Powell, fez uma carreira militar brilhante.


Podemos citar como exemplo a Guerra do Transvaal em 1889, onde comandou a guarnição de Mafeking, importante entroncamento ferroviário, cuja posse era de grande valor estratégico. A cidade foi duramente atacada, durante 217 dias, pelas forças inimigas, entre os anos de 1899 e 1900. Como havia poucos soldados regulares em Mafeking, Baden-Powell treinou os cidadãos capazes de empunhar uma arma e para isso teve que organizar um grupo de jovens cadetes, os adolescentes da cidade, que desempenhavam todas as tarefas de apoio, tais como: cozinha, comunicações, primeiros socorros, etc. Graças a esses recursos, à inteligência e coragem de seu comandante, foi possível a cidade resistir a forças muito superiores, até que chegassem reforços.
A maneira como os jovens desempenharam suas tarefas, os seus exemplos de dedicação, lealdade, coragem e responsabilidade, causaram grande impressão em Baden-Powell e, anos mais tarde, aquele acontecimento teve grande influência na criação do Escutismo.
Graças aos seus feitos na vida militar, Baden-Powell tornou-se um herói no seu país. Durante uma viagem a Inglaterra, Baden-Powell viu alguns rapazes criarem brincadeiras através de um livro, que ele havia escrito para batedores do exército e que continha explicações sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens. Então, conversando com os amigos, ele entusiasmou-se e resolveu realizar, em 1907, na ilha de Brownsea, um acampamento com vinte rapazes dos 12 aos 16 anos, onde transmitiu conhecimentos técnicos tais como: primeiros socorros, observação, técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta, etc.
Devido aos bons resultados deste acampamento, Baden-Powell começou a escrever o livro "Escutismo para Rapazes" que, inicialmente, foi publicado em fascículos e vendido nas bancas de jornais, durante o ano de 1908. Os jovens ingleses entusiasmaram-se tanto com o livro que Baden-Powell organizou e fundou o Movimento Escutista.


Rapidamente o Escutismo alastrou-se por vários países do mundo. Em Portugal o Escutismo deu os primeiros passos ainda no território de Macau em 1911, tendo os seus impulsionadores regressado ao nosso país e fundado, em 1913, a Associação dos Escoteiros de Portugal. O Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, veio a ser fundado 10 anos mais tarde, em 27 de Maio de 1923, na cidade de Braga.
O Escutismo, nascido na Inglaterra, não respeitou fronteiras, alastrando-se por outros países, e, já em 1920, em Londres, reuniram-se num grande acampamento Escuteiros de várias nacionalidades. Foi neste primeiro acampamento mundial, denominado Jamboree, que 20.000 jovens aclamaram Baden-Powell como Chefe Mundial. Desde então, o crescimento do Escutismo foi grande e nem as duas guerras mundiais conseguiram enfraquecê-lo.


Depois de vários anos de dedicação ao Escutismo, viajando pelo mundo e fundando Associações Escutistas em vários países, Baden-Powell sentiu as suas forças escassearem. Retirou-se então para uma propriedade que possuía próximo da cidade de Nairobi, no Quénia. Ali, na companhia da esposa, dividiu o tempo entre pintura, a numerosa correspondência e as visitas de amigos. Faleceu na madrugada de 8 de Janeiro de 1941 enquanto dormia, deixando para nós, Escuteiros do mundo, não só uma enorme exemplo humano mas também uma última mensagem.



Para todos os Escuteiros deste mundo,

Uma Forte Canhota do Agrupamento 314 Moura

Friday, February 16, 2007

Pensamento


Não digas ao mundo o que és capaz de fazer... demostra-o...
Penso que isto diz tudo... ou não...
beijos a todos e BOM CARNAVAL

Wednesday, February 14, 2007

Cupido


O Cupido desempenhou desde sempre um papel importante nas celebrações do amor e dos amantes. Ele é normalmente retratado como um criança traquina, com asas, que lança setas certeiras aos corações das suas vítimas, fazendo com que estes se apaixonem perdidamente. Uma espécie de anjo da paixão, um ser alado de aparência infantil, que voa por entre as nuvens carregando arcos e flechas, à procura de corações solitários.
Quem já esteve apaixonado conhece bem os sintomas das suas flechadas.
Mas quem é ele? E porque passa a vida a transformar os corações das suas vítimas com as suas setas?
Hoje em dia é frequente vermos, em postais, revistas e anúncios, um ou vários cupidos juntos, como se fossem uma espécie de ser mitológico.
Mas a origem do Cupido remonta à Antiguidade Clássica, mais concretamente, à mitologia greco-romana., onde este é referido como um Deus único.
Na Antiga Grécia ele era conhecido como Eros, o jovem filho de Afrodite, a deusa do amor e da beleza e de Ares, o deus da guerra.
No livro «Mythologie Grecque» (Editions Toubi’s) ele é descrito como um jovem homem nú, de asas douradas, com cabelos encaracolados, munido com um arco que lança flechas mágicas.

Antes de ser adoptado pelos poetas, esculpido pelos escultores e pintado pelos pintores ele era, para os antigos gregos, o filho de Afrodite e de Ares, que trespassava os corações dos mortais.

Ele era o mais belo dos deuses já que fazia nascer nos homens os sentimentos mais nobres e ajudava os pares a unirem-se.

Para além disso, ficou conhecido por adoçar os temperamentos dos mortais, mesmo os mais duros, por embelezar a sua vida e por lhes dar um sentido.
Já para os romanos, ele era conhecido como Cupido, filho de Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses, e de Vénus, a deusa da beleza e do amor.
O que também muitos desconhecerão é que, de acordo com a mitologia, o Cupido viveu um grande amor e enfrentou muitas dificuldades para conseguir que este tivesse um final feliz. Por essa razão ficou conhecido como aquele que une os corações.
Diz a lenda que o seu amor era a bela mortal, Psyché.
Psyché era uma jovem tão bela que suscitava o ciúme de Vénus. Por isso, a deusa deu ordens a Cupido para que este fizesse com que a jovem se apaixonasse por alguma criatura de má aparência.

Mas em vez disso, o Cupido apaixonou-se perdidamente por ela e fez dela sua amante. Colocou-a num belo palácio, onde a visitava à noite mas, por ser mortal, ela estava proibida de olhar para ele.

Psyché foi feliz até ao momento em que as suas irmãs, movidas pelo ciúme, lhe disseram que ele era um monstro que a iria devorar, convencendo-a a olhar para o seu amado.
Certa noite, Psyché pegou numa lamparina e iluminou o quarto para ver Cupido adormecido.

Admirada com a rara beleza do jovem, ela deixou cair sobre o seu corpo uma gota de óleo da lamparina, e ele despertou. Por causa disso, Cupido castigou-a com o seu abandono, ressentido pela desobediência da amada.

Com ele desapareceram também o seu encantador castelo, e os magníficos jardins, e ela viu-se sozinha num campo deserto.
Mas ela não desistiu, procurando o amante por toda a terra e acabando por encontrar o templo de Vénus.
Desejando destruí-la, a deusa do amor deu a Psyché uma série de tarefas, cada uma mais dura e arriscada que a anterior.
A primeira destas tarefas consistia em separar, na escuridão da noite, as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos. Felizmente, as formigas tiveram piedade dela e vieram em grande número ajudá-la nesta empreitada.

E assim todas as tarefas foram executadas à excepção da última...
Vénus deu-lhe uma pequena caixa que ela deveria levar até ao mundo dos mortos e onde deveria guardar alguma da beleza de Perséphone, a mulher de Plutão.
Durante a sua viagem, ela recebeu algumas conselhos que lhe diziam para evitar os perigos do reino dos mortos e que a avisavam para não abrir a caixa. Mas a tentação foi mais forte e Psyché abriu-a.
Então, em vez de encontrar aí a beleza, ela encontrou um sono mortal.
Cupido encontra-a tombada e já sem vida. Valendo-se dos seus poderes divinos, ele retira o sono mortal que preenchia o corpo da sua amada e deposita-o novamente na caixa.
Ao ver o seu grande amor voltar à vida, Cupido perdoa-a assim como Vénus. Os Deuses, comovidos pelo amor de Psyche por Cupido fazem dela uma deusa, para que ambos pudessem viver o grande amor que os unia, para toda a eternidade.
O casamento entre os dois realiza-se, finalmente, no céu.
Esta lenda é geralmente considerada como uma história metafórica.

A palavra Psyché, que em grego significa borboleta, é geralmente entendida como sinónimo de alma.

A borboleta simboliza a imortalidade da alma: depois de estender as asas, desde o túmulo em que estava, depois de uma vida mesquinha e rastejante enquanto lagarta, a borboleta flutua na brisa do dia e transforma-se num dos mais belos e delicados seres da primavera.

Psyché é, portanto a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios, preparada para gozar a pura e verdadeira felicidade.

Assim se explica que muito frequentemente, esta mortal feita deusa, seja representada, nas obras de arte, como uma bonita jovem com asas de borboleta juntamente com Cupido.




Agora que já sabem um pouco sobre cupido, não tenham medo de arriscar e procurem a vossa cara metade, sejam felizes...


beijos a todos

Tuesday, February 13, 2007

São Valentim


Amanha dia 14 de Fevereiro é dia de S. Valentim ou dia dos namorados...

Malta aproveitem bem, desfrutem da presença das vossas caras metade, e não desvalorizem os presentes que recebem, porque o que interessa não é a qualidade ou a quantidade de dinheiro que se gasta num presente para o/a respectivo/a, mas o que interessa verdadeiramente é o facto de poder desfrutar do amor que ele/ela têm por voces e o facto de nem que seja com uma coisinha insignificante, ele/ela se lembrou de voces pois voces são tudo para ele/ela.
Pensem que basta apenas uma flor para saberem que são o mundo de alguém...


Aproveitem bem este dia e NAMOREM MUITO....


Ah é verdade parabéns à minha mana e ao meu mano... fazem 5 anos de namoro... é uma vida, mas pensem assim, já so faltam 7 meses para o casamento :)

Friday, February 9, 2007

O Sonho Comanda a Vida

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão

É ou não é verdade que é o sonho que comanda a vida. Atrevam-se a dizer o contrário... se conseguirem, pois todos temos um sonho que tentamos alcançar

Beijos a todos


Tuesday, February 6, 2007

A Raposa e o Principezinho


"- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa...
(...)
O que é que «estar preso» quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa.
- Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor... tenho a impressão que estou preso a ela...
- É bem possível - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na terra...
(...)
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor... prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... São precisos rituais.
(...)
Foi assim que o pricipezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
(...)
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela.
Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer."


in "o Principezinho" de Antoine de Saint-Exupery





É ou não é uma história fantastica? Dá-nos muito que pensar...


beijos a todos


Monday, February 5, 2007

A saudade existe não para nos entristecer, mas para nos fortalecer

Um dia alguém me disse sábiamente que a saudade não nos deve entristecer, mas sim fortalecer, que devemos aprender com ela a lidar com os nossos sentimentos, até com as nossas frustrações...
Essa pessoa, sábiamente, também me disse que se um momento, ou se alguém foi especial na nossa vida, que deve ser sempre recordado, que deve ficar para sempre guardado na nossa memória, dai sentir-mos saudades. Daí muitas vezes uma música, um aroma, algo muito subtil por vezes nos fazerem pensar nesses momentos ou nessas pessoas, e nos fazerem por momentos desejar que voltem para nós, que voltem a acontecer.
Se um momento é bem passado, é lógico que nos deixa uma saudade imensa, mas que poderemos fazer para voltar a passar esse momento a estar com essa pessoa que nos deixa saudades...

A distância e o tempo, muitas vezes atenuam o que chamamos de saudade, mas ela fica sempre cá, a espera de ser desperta...

Muitas vezes a nossa tendência é ficar triste porque a saudade quase nos mata, como seres humanos essa é uma condição a que infelizmente não podemos escapar... temos é de aprender a lutar e a fortalecer o nosso espirito em vez de nos deixar-mos ir pela angustia, porque aqueles que amamos e que nos deixam saudades estão sempre no nosso coração.

Por falar em saudade, primito quando apareces no Alentejo? Olha que até Outubro ainda falta muito tempo ;)

A saudade existe não para nso entristecer, mas para nos fortalecer...

beijos

Thursday, February 1, 2007

A palavra Saudade....

O que é que nos leva a sentir Saudades de alguém ou de alguma coisa? Porque sentimos Saudades? Como seres humanos que somos, há sempre qualquer coisa que nos marca, seja uma ocasião, um momento, uma pessoa... mas porque sentimos Saudades? Quando muitas vezes esse momento ou essa pessoa são apenas breves momentos que temos na nossa vida, que podem ou não repetir-se...
O que é a Saudade? É ela que prova ou não se verdadeiramente gostamos de algo, ou de alguém? Será possivel sentirmos desesperadamente a falta de algo, para que as nossas vida fiquem completas? Poderá alguém preencher esse vazio que por vezes nos atormenta e que parece que nos vai preencher o resto da nossa vida?
Ou será que podemos passar o resto da nossa vida sem sentir a falta de nada ou de ninguém? Será possivel tornarmo-nos tão frios a esse ponto?

O que é a Saudade? Como sabemos se sentimos Saudades de alguma coisa, ou mais importante ainda, de alguém?

Se alguém souber a resposta para estas perguntas, por favor não exitem. Digam - mas...

bjxts para todos.